9 de maio de 2006




A viagem definitiva

Eu me irei. E os pássaros continuarão cantando.
E meu horto com sua árvore verde
com seu poço branco continuará.

Todas as tardes o céu será azul e plácido,
e tocarão, como esta tarde estão tocando,
os sinos do campanário.

Aqueles que me amaram morrerão
o povo se fará novo a cada ano;
e longe do bulício distinto, surdo, estranho
do domingo nublado,
do carro das cinco, das sestas do banho,
no recanto secreto de meu horto florido e caiado,
meu espírito de hoje errará, nostálgico...

Eu me irei, e serei outro, sem lar, sem árvore
verde, sem poço branco,
sem céu azul e plácido...
E os pássaros continuarão cantando.

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